domingo, 4 de março de 2012

O hedonismo e a secularização do culto cristão.

Refletindo sobre um dos sermões do Rev. José Dutra, o qual tratava do prazer de se estar na casa do Senhor e de como o povo de Deus tem se distanciado desse estado de espírito. Após a sua preleção foi-me possível refletir sobre como o materialismo e o consumismo tem invadido os nossos arraiais e com eles o hedonismo (a síndrome da busca pelo prazer apenas pelo prazer) e pude concluir que tais nos distanciam da santidade e do real propósito da vida em Cristo Jesus.
A busca pelo prazer nos leva a lamuriar pelo tempo de duração do sermão, pelo tipo de assento, pelo calor, pelo pouco tempo outorgado ao período dos cânticos, o rigor dos usos e costumes, e etc. Preocupa-me por demais tais sintomas, porque a tendência natural de tal postura hedonista nos conduzirá a perda do referencial do viver e dos valores cristãos, redirecionando-nos para o que é confortante, agradável e sensorialmente aprazível, sendo de valor apenas aquilo que me produzir prazer e bem estar, não importando os meios e será exatamente neste momento que o mundo e os seus pressupostos ilícitos e nefastos invadirão a igreja do Senhor, onde as verdades bíblicas, a piedade e a moral serão substituídas pelo eu e pelas benesses do “evangelicalismo”.
Esta forma de pensar tem norteado a igreja contemporânea, tanto pela porta de entrada do show business com suas luzes e o glamour, como pela relativização da moral e da falta de disciplina eclesiástica.
O certo e o errado foram banalizados pelo conceito de funcionalidade e entretenimento, a essência do viver em Cristo e a responsabilidade com a verdade exegética, independente de quem possa ou não agradar, está sendo substituída pelos resultados e os nossos líderes tem sido contaminados por esta praga virulenta em favor da métrica melódica e de tantos outros pueris e sórdidos argumentos “pós-modernos”, que em sua “essência” só contemplam ao ego e ao erro e tudo isso ao caríssimo preço de violar o princípio reformado do ensino da sã doutrina e, portanto, tornando-se omissos com o rigor exigido pelas Sagradas Escrituras no que tange a disciplina e a simplicidade.
Tudo em nossos cultos tem vislumbrado o bem estar e aqui gostaria de citar o Macthur: “Aliás, uma das poucas coisas que é considerada como inadequada (o grifo é meu) é a pregação clara e poderosa...”.
Insisto sempre em frisar, não por clichê, mas por pura convicção, a necessidade de retomarmos as Sagradas Escrituras como referencial de fé e conduta: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra (2 Tm 3.16-17).
Sigamos as orientações do apóstolo Paulo, no que tange ao proceder de nosso compromisso com o rigor e o zelo do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e, sim, no poder de Deus (1 Co 2.1-5).
E aos Tessalonicenses: "Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo; pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração. A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha. Também jamais andamos buscando gloria de homens, nem de vós, nem de outros”. (1 Ts 2.3-6).
Rogo ao Senhor, que disponha os nossos corações a verdadeira adoração em espírito e em verdade, pois é desta que Ele se agrada. Que em nossos corações haja o devido temor e tremor, a ponto de não considerarmos dentre tantas outras aberrações, chamar o Senhor de “você” em nossos cânticos devocionais, conforme já doravante citado, em favor da métrica melódica, esquecendo que a música é que deve estar a serviço da sã doutrina e não o inverso. Que a santa casa do Senhor não se torne o nosso clube dominical onde buscamos a satisfação de nosso “eu” em detrimento da verdade e da santidade sem a qual ninguém verá o Senhor, onde a contrição não seja substituída pela relativização do pecado e que as nossas consciências estejam sempre cativas a vontade revelada de nosso Deus em suas Sagradas Escrituras e nunca aos interesses hedonistas e pragmáticos de nossos egos.
Agora me sinto tentado a parafrasear Moody e disser: “a igreja está no mundo, mas Deus ajude a igreja se o mundo entrar dentro dela”.
Sigamos e prossigamos conforme a máxima adotada pela revista “Fé para hoje” da editora Fiel: “comprometidos com a fé que foi entregue aos santos”.
Com amor e em Cristo Nosso Senhor e Salvador.

Rev. Alexsandro Sant’Anna.
http://alexsandrosantanna.blogspot.com

Citando D.L. Moody: "o lugar do navio é dentro do mar, mas Deus ajude o navio se o mar entrar dentro dele".

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